quarta-feira, julho 30, 2008

O TESTE DA HONESTIDADE


Você é inocente ou culpado?


 (1Jo 3.6)

INTRODUÇÃO
No estudo de hoje apresentaremos sete testes de honestidade que se encontram na Primeira Epístola de João. Os testes revelam as condições da conduta moral em relação a um padrão divino pré-estabelecido. Ser honesto é requisito para ver o Reino de Deus.
Rui Barbosa escreveu: "de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto..."

I. A HONESTIDADE

1. Algumas considerações:
a) Os testes de honestidade que veremos a seguir, demonstram condições de conduta moral em relação a um padrão divino;
b) O termo “Ean eipwmen“ (Se dissermos) é um condicional grego de terceira categoria, um modo muito delicado de declarar a possibilidade;


2. Conceito
a) Qualidade ou caráter de honesto; honradez, dignidade; probidade, decoro, decência; castidade, pureza, virtude; integridade, probo, reto, puro;
b) É um princípio de Salvação no Reino de Deus.

II. O TESTE DE HONESTIDADE

1. Falsa comunhão (1.6)
“Ao afirmar que mantêm comunhão com Deus e anda nas trevas”
a) Neste caso a verdade não é apenas o que se diz, mas também o que se faz:
- andar nas trevas é estar fora da vontade de Deus;
- este teste liga o andar com Deus com a atitude de fazer a sua vontade;
- só tem comunhão com Deus aquele que anda com Ele;
b) Demonstra a prova da filiação:
- aquele que é um remido deve agir como filho de Deus;
- esta comunhão resulta em santificação, que por conseqüência é prova de filiação;
- envolve cada aspecto da vida diária;
- a luz de Deus ilumina o caminho daqueles que buscam a santificação.


2. Falsa Santidade (1.8)
“Ao afirmar que não têm pecado nenhum”
a) O pecado a que se refere este teste e quanto a sua natureza, princípio ou raiz, e não ao ato;
- negar esta natureza traz duas conseqüências: (1) a nós mesmos nos enganarmos e, (2) a verdade não está em nós;
- este teste induz a confissão do princípio do pecado.
b) Devido ao pensamento gnóstico da época que afirmava que a alma é sem pecado, muitos adotavam este pensamento e afirmavam que não tinham pecado;
- João contradiz esta teoria mostrando que isto trata de um misticismo falso;
- a comunhão com Cristo depende da purificação do pecado e da santidade;
- hoje a teologia liberal tem pensamento similar, evangelho de facilidade, sem negar-se a si mesmo;


3. Falsa Justiça (1.10)
“Ao afirmar que não têm cometido pecado”
a) Este teste refere-se ao ato do pecado e não a natureza:
- negar a prática deste ato é chamar Deus de mentiroso, pois Ele diz que o homem pecou;
- somos confrontados com a Luz a fim de reconhecermos nosso estado pecaminoso;
- a confissão genuína inclui abandonar o pecado, tendo uma vida de vitória;
- este teste induz a confissão de pecados pessoais.
b) Refere-se à mesma teoria do item anterior sobre o pensamento gnóstico:
- neste caso é tratado como blasfêmia, em que Deus é feito mentiroso, visto que ensina que todos os homens são pecadores;
- negar o pecado e desafiar a veracidade de Deus.


4. Falsa Lealdade (2.4)
“Ao afirmar que conhece a Deus e não guarda seus mandamentos”
a) Imitar a Cristo é guardar seus mandamentos:
- este teste liga o conhecer a Cristo com a guarda de Seus mandamentos;
- não guardar os mandamentos é ter um caráter falso e encontrar-se desprovido da verdade.
b) Ainda está em foco a doutrina gnóstica, porém o caminho percorrido por eles não produzia a santidade, sendo espúrio por estar fundamentado num conhecimento falso:
- uma vida desobediente demonstra a falta de uma verdadeira prática religiosa e de honestidade;
- apenas uma exteriorização sem fundamento no interior; enganar-se a si mesmo;


5. Falso Testemunho (2.6)
“Ao afirmar que permanece nEle e não anda como Ele andou”
a) Este teste declara que estar (permanecer) ao lado de Cristo resulta na implicação (dever) moral de imitá-lo:
- o padrão de Cristo deve ser seguido, caso contrário é um falso testemunho;
- devemos chegar a estatura de varão perfeito.
b) Cristo deixou um exemplo a ser seguido:
- obedecer seus mandamentos é andar na luz;
- ser cristão é ser constantemente moldado pelo caráter de Cristo (mente/vontade), o padrão do cristão.


6. Falsa Espiritualidade (2.9)
“Ao afirmar que estar na luz e odiar seu irmão”
a) Este teste coloca em prova a imitação de Cristo:
- é um confronto da conduta com a vida de amor e auto-sacrifício de Cristo;
- busca revelar a inconsistência entre o falar e o agir;
- uma das características daquele que imita a Cristo é o amor ao próximo;
- não amar o irmão é o oposto de andar na luz, é viver em trevas.
b) A prova do amor não estar em falar e sim em praticar:
- o amor pertence a luz e o ódio as trevas;
- o andar de Cristo resultava em amor, isto deve suceder conosco.


7. Falso amor a Deus (4.20)
“Ao afirmar que ama a Deus e odeia seu irmão”
a) Este teste declara que aquele que ama a Deus, demonstra amor pelo próximo:
- é comprovado através de nossa conduta;
- é cumprir os mandamentos (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo);
b) Este trecho recomenda o amor fraternal:
- aquele que odeia se encontra em trevas e morte;
- entretanto aquele que passou da morte para a vida pratica o amor;
- está associado a uma vida superior;
- a prova do amor a Deus consiste em amarmos nossos irmãos.

CONCLUSÃO
Estes testes realmente põem em prova a honestidade daquele que diz servir a Deus, onde sua conduta diária é confrontada com o padrão divino, que é Cristo. Assim, para termos certeza de que estamos sendo honestos com Aquele que nos chamou, Cristo, temos que refletir em nossa conduta diária todos os requisitos encontrados em Jesus, nosso exemplo a ser seguido.