sábado, maio 31, 2008

NASCER DE NOVO


Requisito para ver o Reino de Deus

(Jo 3.1-7)

INTRODUÇÃO
Não abordarei os temas escatológicos, pois o novo nascimento é a doutrina básica e pré-requisito para participar do Reino de Deus. O texto mostra o povo judeu envolvido pela noite da ignorância das coisas espirituais e incapazes de entender a mensagem do Evangelho. As exortações contidas no texto nos alcançam hoje.

I. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO
1. O visitante noturno
a) Nicodemos em grego Significa “conquistador do povo”
- um fariseu, “separados” (defendia a rígida observância da Lei)
- era doutor da Lei (Príncipe dos Judeus)
b) Foi a noite talvez para evitar as multidões, para ter atenção especial do Mestre (Rabi)
- em Jerusalém, no templo Cristo se opôs aos cambistas e operou milagres (Jo 2.13-25)
- ficou impressionado com o ministério de Jesus, sentiu interesse em conhecê-lo;
c) Aparece na narrativa do NT em 03 ocasiões:
- na visita a Jesus a noite (Jo 3.1-21)
- protestando na condenação de Cristo (Jo 7.50-52)
- no sepultamento de Cristo (Jo 19.40)

2. Uma alma necessitada (Jo 3.2,3)
a) Ante o anelo da alma de Nicodemos Cristo lança um enigma
- sua instrução ainda estava na esfera do homem natural
- para entrar no Reino é necessário uma transformação espiritual, nascer de novo (de cima)
b) Seu grande desejo (alimento espiritual)
- conhecer Jesus; não importava a hora e as críticas; se humilhou ante Jesus (Os 6.3)
-aprender com Jesus; indagava; colocou-se na condição de discípulo (Mt 11.29)
- identificar Jesus; você conhece Jesus por ouvir falar ou por um encontro pessoal.

II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO

1. A sua aparente impossibilidade (Jo 3.4)
a) A sua razão não compreendia o milagre da nova vida
- só tinha uma fé superficial, precisava de uma transformação interior; conhecer a Palavra sem que esta faça efeito na vida de nada adianta (Jr 13.23);
- muitos hoje não entendem o milagre da salvação (2Co 5.17), até crentes antigos;
b) A Pergunta de Nicodemos
- sua ignorância espiritual (v.10); crença arraigada na formação, costumes e hábitos;
- seu desejo de entender “Como pode ser isso?” (v.9)
- outro exemplo Saulo (At 9.17,18); precisam ter um encontro com Deus;
- seu conhecimento material; limitava as coisas da vida natural (v.12; 1Co 2.14)

2. Os meios do novo nascimento (vv. 5.,6)
a) Purificação de todos os pecados
- os judeus acreditavam que só os gentios precisavam de purificação
- Jesus mostra que esta necessidade abrange a todos
b) Purificação por meio da água e do Espírito (Tt 3.5; Ez 36.25-27)
- nascer da água (símbolo da Palavra), que nos lava pela ação do Espírito Santo(2Co 5.17)
- o Espírito Santo implanta em nos a semente da Nova Vida
- nos convence do pecado, da justiça de cristo e do juízo vindouro (Jo 16.8,9);
- vem como resultado da pregação da palavra de Deus (Mt 12.41; Jó 42.5,6).
- opera uma verdadeira reviravolta na vida do homem (2Co 3.14; Ef 4.17; 1Tm 6.10)
c) Novo nascimento sinônimo de regeneração
- significa o ato sobrenatural em que o homem é gerado por Deus (1Jo 5.18), para ser filho de Deus (Jo 1.12) e participante da natureza divina (2Pe 1.4);
- são os nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida, Lc 10.20.
d) Segue a regeneração a conversão
- a conversão compreende dois elementos “arrependimento e fé”
- somente Deus pode ser considerado o Autor da conversão (Sl 85.4; 19.7; Jr 31.18; Lm 5.21; At 11.18; 2Tm 2.25; Rm 3.20; 10.17; 2 Co 5.11; Jo 6.44; Fp 2.13)
e) Arrependimento era o tema da pregação no inicio do cristianismo
- João Batista (Mt 3.2); Jesus; os apóstolos (At 2.38; 17.30).
- é a mudança produzida na vida consciente do pecador, pela qual ele abandona o pecado.
- é uma transformação interior; gera remorso/tristeza, fazendo com que peça perdão a Deus;
- envolve três elementos do arrependimento:
(1) intelectual - mudança de conceito, reconhecimento da culpa pessoal, contaminação e desamparo (Rm 3.29; 1.32);
(2) emocional - mudança de sentimento; tristeza pelo pecado contra um Deus santo e justo (Sl 51.2, 10, 14); remorso e desespero (2Co 7.9, 10; Mt 27.3; Lc 18.23);
(3) volitivo - mudança de propósito; abandono interior do pecado e disposição para a busca do perdão e da purificação (Sl 51.5, 7, 10; Jr 25.5; At 2.38; Rm 2.4).
f) Quem é nascido de novo não sente necessidade de pecar
- cachorro que volta ao vômito (Pv 26.11)
- a caminho da terra prometida (providência divina, maná) querendo voltar ao Egito (escravidão)
- na casa do pai tendo banquete, desejando as bolotas que os porcos comiam (Lc 15);

3. Uma realidade misteriosa (vv. 7,8)
a) Jesus usa a ilustração do vento ante a indagação de Nicodemos
- como a origem do vento é um mistério, assim é a ação do Espírito Santo na regeneração;
- foge a análise científica e a razão humana, mais sua ação é real;
b) De mistério a realidade
- vidas transformadas (Gl 5.22,23; At 2.3; 1Co 12.7)
- o que é nascido de carne é carne, natureza humana gera natureza humana
- e o que é nascido no Espírito é Espírito, natureza divina gera natureza divina
c) Nicodemos transformado
- partilhou do ministério de Cristo: defesa no Sinédrio (Jo 7.50,51), na cruz (Jo 19.39)
- compreendeu os ensinos de Jesus, nova criatura (2Co 5.17)

III. A FONTE DO NOVO NASCIMENTO
1. O próprio Cristo (Jo 3.9-13)
a) Nicodemos expressa o desejo de experimentar o novo nascimento
- Cristo ironiza o fato do professor da Lei não conhecer a realidade da Nova criatura
b) Três coisas eram necessárias
- aceitar a autoridade de Jesus; muitos opinam sobre Jesus sem conhecê-lo realmente;
- desistir de entender a operação pela razão e aceitar por meio da fé
- confiar no milagre da nova vida (1Tm 2.5)

2. O próprio amor de Deus (v. 14-16)
a) Exemplo usado por Cristo - moderdura da serpente no deserto (Nm 21), demonstra:
- o tipo da destruição do pecado e o juízo de Deus 1Co 15.54-57)
- o alvo do remédio, tipificando Cristo na cruz (2Co 5.21)
- a cura era pela fé; bastava olhar; basta você crer;
b) É um ato do amor de Deus (1Co 2.2)
- quem crer será salvo quem não crer será condenado;
- Deus não tem prazer na morte do pecador (Ez 33.11; 2Pe 3.9)
- Deus tira um coração de pedra e coloca um de carne (Ez 11.19)
c) Contrapõe ao pecado da humanidade
- nascimento debaixo da condenação do pecado; incapacidade, sem méritos (Rm 3.23; 5.12)
- a Salvação ocorre por meio da fé e arrependimento ante a graça concedida por Deus;

3. Sua Manifestação
a) Na confissão do pecado
- a Deus (Sl 32.3-5; 38.18; Lc 18.13; 15.21); o pecado é oposição contra Deus;
- ao homem (Tg 5.16; Mt 5.23,24; Lc 19.8,9); deve ser pública, o mal atinge todos;
b) No abandono do pecado
- abandonam e renunciam o que outrora desagradava a Deus em suas vidas (Pv 28.13; Is 55.7; Mt 3.8,10; 1Ts 1.9; At 26.18).
4. Seus Resultados
a) Alegria no céu (Lc 15.7-10; 2Pe 3.9), a corte celestial jubila ante um pecado salvo;
b) Perdão (Is 55.7; Lc 24.47; Mc 1.4; At 2.38; 3.19), nos habilita para a recepção do perdão;
c) Recepção do Espírito Santo (At 2.38; Ef 1.13), visa à outorga do Espírito Santo;
d) Nos leva a participar do Reino de Cristo, dos eventos escatológicos (Jo 14.2,3)

CONCLUSÃO
Pertencer a igreja não é a mesma coisa que pertencer ao Reino de Deus (Mt 7.21-23), religiosidade. Os sinais apontam para a volta de Jesus. Contudo, somente aqueles que são nascidos de novo é que poderão gozar dos benefícios dos eventos escatológicos, os demais sofrerão juízos.

quinta-feira, maio 15, 2008

DEBAIXO DA PROVIDÊNCIA DIVINA


Subsistindo ante as dificuldades
(Êx 16.4-5, 8, 35)

I. INTRODUÇÃO

As Escrituras demonstram que Deus suprir as necessidades do Seu povo, ante a incapacidade humana. Podemos comprovar isto nas passagens que retratam a vida dos patriarcas, a caminhada no deserto (maná, vestuário, água, carne,...), no sustento dos profetas, na multiplicação dos pães às multidões, etc. Quem promove a abundância nos momentos de escassez é Deus, como veremos em dois exemplos a seguir.

II. O DEUS DAS PROVIDÊNCIAS
1. Deus provê o sustento de Seu povo (Êx 16)
a) Contexto
- fazia mais de um mês que tinha saído do Egito, caminhando pelo deserto;
- em Mara as águas amargas haviam se tornado doces;
- em Elim (árvore sempre verde), doze fontes d’água e 70 palmeiras; lugar de tranqüilidade e descanso; Deus nos dá o triunfo depois da provação, bonança depois da tempestade;
- partiram para Sim, que significa prova, teste, árido (v.1);
- tinham água (provável de Elim), mas as provisões estavam acabando (pão e carne);
- murmuraram e pediram a morte (vv. 2,3); o projeto de Deus era vida, mesmo em meio à dificuldade;
- desejaram voltar ao Egito (esqueceram dos açoites), na luta tendemos a esquecer as coisas;
- o povo reclamou (pessoas que reclamam, na dificuldade), querem levar um padrão de vida como se estivesse na bonança;
- queixam do alimento (alimentos de 1ª qualidade, pegam cestas e reclamam, .... por isso continuam na dificuldade);
b) Israel sobre a providência do Maná
- O Senhor faz chover pão (v. 4); o maná (heb. “man hu” = que é isto?)era como semente de coentro, branco, tinha o sabor de mel e azeite fresco; aparecia como espécie de geada/orvalho (Ex 16.31; Nm 11.8-9);
- Era moído, cozinhado/assado, em panelas e dele fazia bolos; o povo tinha que sair para colher; a providência divina também envolve nossa participação;
- providência era diária e individual (cerca de 2L); não podia guardar; colher em dias determinados;
- Deus manda dos céus carne (v. 8);
- Deus por meio desses milagres estava testando a obediência do povo;
- Sustentou o físico do povo durante a jornada no deserto por 40 anos;
- Maná um tipo de Cristo (Jo 6.31-35,58);
- o povo enjoou do maná (Nm 11.4-5); hoje existem pessoas que perderam o desejo por Jesus;
- Cristo tem uma provisão para cada Cristão dia-a-dia;
c) O povo de Israel na caminhada pelo deserto
- Pela mesma providência divina, as roupas não envelheceram, nem os pés ficaram inchados (Dt 8.3-4);
- pessoas que se endividam para usar vestuário de marca; deixam de ter outras coisas para trocar de vestuário, muitas vezes sem necessidade, senão morrem de desgosto,...

2. Deus prove o sustento do Profeta (1Rs 17.9-16)
a) Contexto
- reinado de Acabe; idolatria a Baal (deus das chuvas e do tempo);
- anos sucessivos de seca, sem chuva;
- o profeta foi sustentado com água do ribeiro;
b) A providência divina na vida do Profeta
- Deus manda o profeta ao ribeiro de Querite (1Rs 17. 3-4);
- provisão natural (v.6), Elias bebia do ribeiro;
- provisão animal (v.6), Elias era sustentado com pão e carne levados pelos corvos (manhã e noite);
- provisão humana (v.9), a viúva de Serepta, serve o profeta com a única coisa que havia em sua dispensa (punhado de farinha e um pouco de azeite), a providência divina alcança o profeta e o lar da viúva (vv. 12-16);
- provisão celestial (1Rs 19.5-7), sustentado por anjos, pão cozido sobre brasas e água numa botija, quando este fugia de Jezabel;
- Provisão divina (1Rs 19.9-13), o próprio Deus renova a fé do profeta ao se revelar a ele;
- não há limites quando Deus se propõe a abençoar os seus servos (Is 59.1);

III. CONVIVENDO COM AS PROVIDÊNCIAS DIVINAS

1. Na Escassez (Dt 8.1-6)
a) Adquirindo experiência (vv. 1,2) – pode ser demorada (Fp 4.13), humilhante e/ou apenas para nos testar (Ef 5.20; Tg 5.11)
b) Aumentando a confiança em Deus (vv. 3,4) – pela providência divina (Ef 3.20), promessas (Lc 12.15; Mt 4.4) e fidelidade (Nm 23.19);
c) Produzindo disciplina (vv. 5,6) – tratados como filhos (Hb 12.7-9; Ap 2.5) em obediência e temor (Dt 17.11; Gl 6.7);


2. Na Bonança (Dt. 8.10-20)
a) Sendo vigilantes e gratos (vv. 10,11) – pela abundância (Tm 2.5; Dt 32.151Rs 8.5a) e conhecimento da palavra de Deus (Pv 4.13; Sl 1.1-3; Mt 22.29)
b) Sendo humildes e confiantes (vv. 12-18; Pv 3.5) – sem exaltação (1Co 3.7; Sl 101.5; Tg 4.6), aceitando a provisão (Ex 16.4; Dt 3.4; 2Sm 7.22) e dependendo de Deus (1Co 4.7; 1Cr 29.12);
c) Sendo fiéis e obedientes (vv. 19,20; Jó 23.11) – conhecendo o caminho do Senhor (1Jo 5.19; Mt 7.14; Rm 6.23a; 2Ts 1.9) e a Sua voz (Jo 10.1-5; Lc 8.15; Ap 2.11);

3. Lições para o dia-a-dia
a) Em nossa jornada por este mundo podemos ter fartura como escassez (Fp 4.12)
b) Deus sabe das nossas necessidades, não precisamos nos angustiar, nem murmurar, precisamos apenas crer e esperar o milagre;
c) Deus cuida de nós a cada dia, não devemos ficar receosos pelo dia de amanhã (Mt 6.11);

IV. CONCLUSÃO
Podemos hoje experimentar, na esfera material e espiritual, essa provisão Divina nos alimentando, fortalecendo nossos corpos, suprindo nossas necessidades.