terça-feira, julho 31, 2007

A VELHICE VEM....LEMBRA-TE!


(Ec 12.1-8)

1 Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles; 2 antes que se escureçam o sol e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; 3 no dia em que tremerem os guardas da casa, e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas, 4 e as portas da rua se fecharem; quando for baixo o ruído da moedura, e nos levantarmos à voz das aves, e todas as filhas da música ficarem abatidas; 5 como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho; e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e falhar o desejo; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; 6 antes que se rompa a cadeia de prata, ou se quebre o copo de ouro, ou se despedace o cântaro junto à fonte, ou se desfaça a roda junto à cisterna, 7 e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu. 8 Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.

I. INTRODUÇÃO
O autor interrompe sua narração sobre alegrar-se em todas as coisas da vida, e nos convida a lembrar do criador. De todas as criaturas que Deus fez, o ser humano é incomparavelmente superior e também a mais complexa. Por seu orgulho, no entanto, o ser humano comumente se esquece de que Deus é o seu Criador, que ele é um ser criado, e que depende de Deus. Esclarece a fragilidade da vida humana debaixo do sol, porém há tempo para todo propósito (Ec 3).

II. LEMBRA-TE!...
1. Antes que venham os dias maus (v.1)
a) Depois dos gozos fáceis e dos desperdícios da juventude, naturalmente vêm dias de tédio, quando o passado é recordado apenas para causar tristeza;
b) Por isso é bom lembrar que tudo passa nesta vida – estes dias não atingem apenas os idosos;
c) A velhice será feliz, se a vida foi em companhia do Criador, em obediência à sua vontade.
2. Antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida (v.2)
a) Os astros aí mencionados são sinônimos de alegria.
b) Representam os dias venturosos da mocidade, que passa.
c) O sol, a luz e as estrelas empalidecem, e a escuridão chega.
3. Antes que tornem a vir às nuvens depois do aguaceiro (v.2)
a) As nuvens prenunciam temporal – tempestades da vida que nos assolam;
b) Depois do aguaceiro – surpreende muita gente, ninguém espera;
c) A vida não é regada só de sol, lua e estrelas – Os desavisados sofrem.
4. Antes do dia em que tremerem os guardas da casa – os teus braços (v.3)
a) Os braços são aqui representados como os guardas da vida, isto é, da casa;
b) Esses braços vigorosos defendem qualquer corpo contra as agressões de fora – sem eles ficamos vulneráveis;
c) Há tempo em que os braços ficam fracos e o corpo fica sem defesa – não tem mais firmeza para sustentar objetos, pois perdem a força e tremem.
5. Antes de se curvarem os homens fortes – as tuas pernas (v.3)
a) As pernas transportam o corpo – para os prazeres da vida (coisas boas e ruins);
b) Bom é lembrar que estes homens fortes um dia enfraquecem e o corpo que carregavam começa a inclinar-se – Devemos cumprir o IDE de Jesus, enquanto eles são fortes(Mt 28.19-20);
c) Os tendões das pernas ficaram flácidos, os músculos perderam o seu vigor, bem assim aquela agilidade, tão própria da juventude.
6. Antes de cessarem os moedores, por já serem poucos (v.3)
a) Os dentes são considerados os moedores da boca, os quais vão caindo um a um, ficando uns quantos fracos para mastigar os alimentos, criando uma dificuldade para nos alimentarmos por serem poucos;
b) Na época do autor não havia dentistas nem protéticos para cuidarem da boca – da atração da mocidade a um desdentado;
c) Isso é bom para ser lembrado, quando os nossos moedores estão fortes e sadios, quando devemos ter o cuidado de trazê-los limpos e higiênicos, nos alimentados de coisas boas.
7. Antes de se escurecerem os que olham pelas janelas, e as portas se fecharem (v.3)
a) Mesmo que haja pessoas de vista fraca na mocidade, não há dúvidas de que os anos concorrem para o enfraquecimento da vista.
b) Nessa altura, não há mais encantos para os órgãos do corpo – cegueira espiritual;
c) Muitos gastaram a vida em obras boas, em serviços ao próximo – para estes os olhos não perdem o vigor, pois o serviço do passado compensam a falta atual.
8. Antes de for baixo o ruído da moedura, e ...todas as filhas da música ficarem abatidas (v.4)
a) Quando não mais podemos distinguir os sons nem mesmo com ajuda de aparelhos auditivos – significa decadência da vida, quando se perde o gosto de muita coisa;
b) Quando o que antes nos seduzia agora não atrai – através deles gravamos em nossa mente as informações;
c) A decadência leva-nos a surdez – quando não reconhecemos a voz de Deus nem seus avisos.
9. Antes também de temeres o que é alto (v.5)
a) Medo do desafio – os velhos não têm coragem de subir um monte, ou por causa do coração ou por fraqueza das pernas;
b) Os alpinistas (novos na fé) são um desafio aos velhos admiradores da sua coragem;
c) Na vida cristã precisamos demonstrar coragem e força – pois é Deus que nos fortalece.
10. Antes que te espantes do caminho (v.5)
a) Para os jovens o caminhar e o correr são coisas naturais;
b) O receio de fazer a vontade de Deus leva a apatia e apostasia;
c) Devemos sair do passado e enfrentar o desconhecido confiando em Deus.
11. Antes floresça a amendoeira (v.5)
a) As cãs são um produto da idade, e quando a cabeça começa a embranquecer, pode-se usar de tinturas para desfazer a impressão, mas a realidade interna fica;
b) A amendoeira na primavera é um encanto, como o são outras árvores, especialmente em climas tropicais;
c) Antes de alcançar esta fase devemos realizar os desígnios de Deus.
12. Antes de te perecer o apetite – “gafanhoto ... praça” (v.5)
a) Os velhos podem ter bom apetite, mas são proibidos de comer muito – não podem jantar, nem, dar-se aos prazeres da mesa;
b) Quando isso acontece, estamos perto de ir à casa eterna, e os pranteadores rondam a nossa porta;
c) A falta de apetite espiritual leva a morte.
13. Antes que se rompa a cadeia de prata ou se quebre o copo de ouro (v.6)
a) A cadeia de prata – isto é, a nossa coluna vertebral que mantém nosso corpo ereto, e que é a viga mestra para sustentar todas as nossas atividades físicas em perfeita ordem, com a velhice esse vigor vai-se embora e ficamos com dificuldade para nos mantermos eretos e temos uma vida normal.
b) Copo de ouro – isto e o intelecto, a mente, que nos capacita a termos o poder do raciocínio lógico e sistemático, faculdade e poder de discernimento, no vigor da idade temos muita facilidade para coordenarmos o raciocínio, e passamos nossas idéias de maneira lógica e racional, mas na velhice perdemos tudo isso, é como que se tornássemos crianças de novo, perdemos o poder de raciocínio lógico.
c) Devemos empregar nosso vigor e intelecto ao serviço do Senhor;
14. Antes que se despedace o cântaro junto a fonte ou se desfaça a roda junto a cisterna (v.6)
a) A quebra do cântaro junto à fonte significa a queda da pessoa. Acontecendo isso, quebra-se a roda junto ao poço, outra figura da vida que passou;
b) Cântaro fala sobre o nosso sistema respiratório, que em nossa mocidade tem toda força, mas quando chega a velhice temos certa dificuldade para respirar;
c) Roda fala dos órgãos vitais à vida humana, que na juventude trabalha em pleno vigor, mas na velhice trabalha com extrema dificuldade pelo desgaste ocorrido ao longo dos anos.
15. Antes que o pó volte a terra como o era e o espírito a Deus que o deu (v.7)
a) Representa o fim da vida, e é o que espera todo mortal;
b) O corpo virá pó novamente e o fôlego de vida dado por Deus volta para Ele – tudo passa só o espírito, dado por Deus, volta à sua origem;
c) O aniquilamento é certo.

III. CONCLUSÃO
O autor encerra o texto afirmando que tudo é Vaidade de vaidades. Nesta vida, tudo se reduz a nada, para nós que vamos para o outro lado, de onde não se volta, deixando aqui para os outros as nossas conquistas. Tudo termina mesmo num montão de poeira, menos o nosso espírito, que se volta às alturas, à presença de Deus, onde presta contas dos dias que viveu aqui (11: 9).
Colocando em ênfase que o homem deve lembrar-se do criador nos dias do seu vigor físico. Pois é exatamente neste período da vida que temos condição de servimos a Deus, com mais dedicação e força, e aproveitarmos a cada oportunidade que Deus nos dá para servi-lo nesta presente vida.
Contudo, apesar desta realidade da degradação física, nós somos ensinados pela palavra de Deus que o nosso corpo é templo do espirito santo 1Co. 6:18, como templo do Espírito santo nós devemos cuidar do nosso corpo, pois através dele nós glorificamos a Deus 1Co. 6:13.
Nos devemos cuidar da nossa alimentação do nosso descanso, para que tenhamos uma velhice sadia apesar do desgaste que ocorre no nosso corpo. Devemos zelar do nosso corpo, pois Deus preparou, para que nós pudéssemos gozar da vida de maneira que posamos satisfazer nossas necessidades, dentro da vontade de Deus, que criou o homem para ser feliz e gozar essa felicidade.