quinta-feira, janeiro 31, 2008

OS OBREIROS DA VINHA

Mt 20.1-16
Que proveito vamos ter?


INTRODUÇÃO
Esta parábola ilustra tanto a Graça como o Senhorio de Deus, bem como apresenta uma resposta a pergunta de Mt 19.27 "Que proveito vamos ter?". O Senhor procura trabalhadores e os recompensará fielmente. Esta não será por tempo de serviço, mais pela qualidade do serviço, fidelidade no trabalho e principalmente por atender o chamado do Senhor.

I. A CHAMADA DO SENHOR PARA SERVI-LO (vv. 1-7)

1. Contexto
a) Teve lugar na Peréia; no final do ministério de Jesus, ano 28 d.C;
b) Continuação do encontro com o Jovem Rico (Mt 19)
- Um ídolo ocupava seu coração, a riqueza
- Saiu triste porque não quis destronar tal ídolo (v.22)
c) Pedro pergunta: "abandonamos tudo por ti...Que proveito vamos ter?" (v. 27)
- revela apenas o interesse pessoal em servir a Jesus
d) Jesus por parábola responde (Mt 20.1-16)
- Ilustra tanto a graça de Deus como o seu senhorio
- "Assim, os últimos serão primeiros e os primeiros últimos" (Mt 19.30;20.16)
2. Os trabalhadores da madrugada (vv. 1,2) - aproximadamente 6 horas da manhã (início do dia)
- o dia do Judeus eram de 12 horas (pôr-do-sol a pôr-do-sol), 06h as 18h (Lv 23.32)
a) O dono da vinha busca trabalhadores (v.1) – Deus o Criador de tudo
- o administrador (mordomo) é Cristo (v. 8)
- a vinha que é o Reino dos Céus (Is 5.1-7)
- as diferentes horas (tempo da chamada ao serviço em sentido espiritual)
- a noite, momento que indica a 2ª vinda de Cristo ou o Juízo Final
b) A admissão dos trabalhadores (v.2) - um dinheiro por dia (valor de um dia de trabalho)
c) O Pai de família "Deus" procura trabalhadores para a sua obra
- O pai de família tinha uma vinha, era época de colheita (os trabalhadores eram escassos)
- Corria contra o tempo atrás de trabalhadores (Mt 9.37)
- Hoje é tempo de colheita (Mt 28.19)
d) A nossa vinha individual - cuidar do desenvolvimento espiritual (a alma é um campo a ser cultivado), alimento espiritual
3. Os trabalhadores da hora terceira (vv. 3,4) - 09 horas da manhã
a) A praça (merado) era o lugar onde se reuniam os desemprerados e empregadores
b) O pagamento ficou a critério do dono da vinha (v. 4)
- dependia da graça do Senhor, da qualidade do serviço e da fidelidade
c) Deus sabe quem são os seus verdadeiros servos
- aqueles que servem com amor, gratidão e sincera abnegação
d) A ordem do dono da vinha (v.4) - "ide vós também para a minha vinha"
- Ele chama para salvar (Ap 22.17), para trabalhar (Mt 4.19), para revelar (Sm 3.10-14), para santificar (1Co 1.2), para consolar (Jo 11.28,31) e para a Glória (Jo 14.1-3)
4. Os trabalhadores da hora sexta (v. 5) - 12 horas do dia
a) O dono da vinha não se cansa de procurar trabalhadores (v.5)
b) O Senhor quer pessoas comprometidas (Is 6.8)
c) O calor é muito forte ao meio dia, o cansaço aumenta a fadiga
- estes trabalhadores entraram numa época difícil e conturbada
5. Os trabalhadores da hora nona (v. 5) - 15 horas da tarde
a) Este horário não é ameno como a manhã nem quente como o meio dia
b) Demonstra um ambiente espiritual, moral, social e doméstico
6. Os trabalhadores da hora undécima (vv.6,7) - 17 horas da tarde
a) Falta apenas uma hora para terminar o dia - horário incomum p/ procurar emprego e empregar
b) "Por que estás ociosos o dia?" (v.6) - desperdiçando a vida, sem sentido/objetivo
- "ninguém nos contratou" (v.7), desencorajados
c) Trabalhadores da última hora (1Jo 2.18) - Deus busca qualidade
- aproveitaram a oportunidade, 01 hora de trabalho, não desprezaram (1Co 7.21)
- há crentes que desperdiçam as horas da manhã da vida crista, o meio dia da juventude e só na velhice é que despertam (Dê o melhor para Cristo!)
- eles confiaram na retidão do homem da vinha (v. 7), e fizeram com alegria, amor e zelo
d) As horas adiantadas exigem intensificação do trabalho

II. A RECOMPENSA DO SENHOR POR SERVI-LO (vv. 8-15)

1. A hora da prestação de contas (v. 8) - ao anoitecer
a) Breve findará o dia da oportunidade de servirmos ao Senhor, neste lado da vida
- Será que iremos nos apresentar a Deus de mãos vazias? (Mt 25.26,27)
2. A instrução do dono da vinha (v .8)
a) Chama os trabalhadores
- todos os que trabalham para o Senhor serão chamados para fins de recompensa (1Pe 5.4)
b) Paga-lhes o salário, equivalente a um dia de trabalho
c) Começado pelos últimos até o primeiro - atitude voluntária e soberana
- os padrões de Deus são diferentes dos nossos (Is 55.8)
3. Repercussão de sua decisão (vv. 10-15)
a) Fica ilustrada a bondade do Senhor - movido por pura graça
b) Todos receberam a mesma quantia
- insatisfação dos que começaram as 06:00 (v.11), demonstravam indignação (v.14), inveja (Pv 23.6;Mc 7.22)
- ver o irmão do filho pródigo (Lc 15.29)
c) A atitude do dono da vinha tinha sido justa - não merecia crítica, ele apenas foi bondoso
- Deus não dá menos que merecemos ao contrário dá mais (v.15)

III. APLICAÇÃO GERAL DO ENSINO DA PARÁBOLA (v. 16)

1. Quanto a igreja - os salvos
a) A recompensa não será por tempo de serviço/fé, mas por qualidade de vida cristã e fidelidade (Mt 25.21,23)
b) Deus vê a motivação (Pv 16.2) - Deus pode usar outros p/ fazer seu trabalho (Mt 25.28)
c) Como estamos servindo a Deus? E em relação aos outros servos?
2. Quanto a Israel
a) Deviam ser os primeiros (Jo 4.22)
b) Devido a obstinação e incredulidade entram por último (Rm 11.25;Mt 23.38,39)
c) Os gentios que seriam os últimos entram primeiro (Rm 1.16;Mt 21.31;At 13.46)
- devido aos arrependimento e conversão
3. Quanto aos murmuradores
a) Os murmuradores foram o da hora primeira (v.11) - grave pecado que contamina o grupo
b) É um grande privilégio ser chamado por Jesus e ter a oportunidade de serví-lo
c) Somos admoestados quanto a murmuração (Fp 2.14)
4. Ensino Final de Cristo sobre o assunto (v. 16)
a) Ninguém se julgue ser o primeiro, o melhor, o mais sábio, o mais espiritual, o mais importante, o mais santo, etc.
b) Ainda é tempo de iniciar o trabalho (Jo 5.17;Mt 28.19-20)
c) O pagamento é o galardão (1Co 3.8;15.58;Hb 6.10)

CONCLUSÃO

Deus por sua graça, busca homens, primeiro para salvá-los, e depois para que eles o sirvam. O que importa é nossa resposta ao chamado, pois a grandeza não é medida em termos de tempo ou de dificuldade nos trabalhos.